No dia 19 de Julho de 1936 iniciou a Revolução Espanhola, quando parte da população de Barcelona rebelou-se contra o golpe de Estado orquestrado pelos militares nos dois dias anteriores. A experiência autogestionária organizada pelo povo de várias regiões espanholas iniciada a partir daí foi singular: retirou o poder do Estado dando-o aos trabalhadores, erradicou o desemprego, as desigualdades e a pobreza. Infelizmente teve curta duração! O poder militar dos golpistas (auxiliados pela Alemanha nazista e pela Itália fascista), a falta de apoio internacional e até mesmo divergências ideológicas enfraquecerem os revolucionários que caíram sob o fogo de Francisco Franco, o autoritário governante espanhol a partir de então! Se a experiência foi curta, seus ideais ainda permanecem vivos!
Aqui quadro de Pablo Picasso de 1937 sobre o bombardeio da cidade de Guernica no mesmo ano.
Abaixo, música da banda inglesa The Clash (1976-1986), lamentando o bombardeio às cidades espanholas entre os anos de 1936 a 1939.
Salud!
terça-feira, 19 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Festas Juninas
Quem pensa que são festas exclusivamente brasileiras se engana. Elas existem em grande parte da Europa e em outros lugares do mundo e estão relacionadas ao solstício de verão no hemisfério norte. Suas origens são as festas pagãs politeístas da Antiguidade que comemoravam a fertilidade da terra e a boa colheita e ainda a reverência a deusa Juno.
O cristianismo não conseguiu impedir sua realização por isso adaptou a festa incorporando-a ao calendário religioso e associando-a a alguns santos, como Santo Antonio (13 de Junho), São João (24 de Junho) e São Pedro (29 de Junho). Nos tradicionais festejos juninos brasileiros a fartura de comes e bebes se mesclou aos populares pedidos de pretendentes a Santo Antonio e São Pedro (na colônia era necessário aumentar a população e povoar o território e isso só ocorreria com a procriação).
E a festa se modificou ainda mais: recebeu influências portuguesas (é claro), espanholas, holandesas e francesas (a contredanse se transformou na quadrilha). Do solstício de verão da metade norte, passou a ser associada ao solstício de inverno da metade sul do globo. No seu cardápio foram ainda inseridos ingredientes bem brasileiros como o milho, a mandiioca, fubá e o pinhão.
Veja abaixo a quadrilha, ou melho, a contredanse:
O cristianismo não conseguiu impedir sua realização por isso adaptou a festa incorporando-a ao calendário religioso e associando-a a alguns santos, como Santo Antonio (13 de Junho), São João (24 de Junho) e São Pedro (29 de Junho). Nos tradicionais festejos juninos brasileiros a fartura de comes e bebes se mesclou aos populares pedidos de pretendentes a Santo Antonio e São Pedro (na colônia era necessário aumentar a população e povoar o território e isso só ocorreria com a procriação).
E a festa se modificou ainda mais: recebeu influências portuguesas (é claro), espanholas, holandesas e francesas (a contredanse se transformou na quadrilha). Do solstício de verão da metade norte, passou a ser associada ao solstício de inverno da metade sul do globo. No seu cardápio foram ainda inseridos ingredientes bem brasileiros como o milho, a mandiioca, fubá e o pinhão.
Veja abaixo a quadrilha, ou melho, a contredanse:
Perguntas de um trabalhador que lê
("Fragen eines lesenden Arbeiters")
Bertold Brecht
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a
edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
quem os erigiu? Quem eram
aqueles que foram vencidos pelos césares? Bizâncio, tão
famosa, tinha somente palácios para seus moradores? Na
legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados
continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro? Felipe da
Espanha chorou quando sua frota
naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem
partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos
um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões.
(BRECHT, Bertold. Gesammelte Gedichte, 1976. In: KONDER, Leandro. A POesia de Brecht e a História. Artigo publicado no IEA/USP)
Bertold Brecht
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a
edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
quem os erigiu? Quem eram
aqueles que foram vencidos pelos césares? Bizâncio, tão
famosa, tinha somente palácios para seus moradores? Na
legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados
continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro? Felipe da
Espanha chorou quando sua frota
naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem
partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos
um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões.
(BRECHT, Bertold. Gesammelte Gedichte, 1976. In: KONDER, Leandro. A POesia de Brecht e a História. Artigo publicado no IEA/USP)
Assinar:
Postagens (Atom)